Projeto de experimentação em cerâmica e técnicas de pintura, utilizando a serigrafia como fonte das obras, utilizando placas de gelatina como superfície para que seja possível ampliar as possibilidades artísticas e criativas acerca da materialidade do barro e outras técnicas que crie conexões e amplie o repertório da cerâmica enquanto arte originária contracolonial, com foco em queimas de baixa temperatura realizadas através de queima a lenha mas também o forno elétrico.
O objetivo é desenvolver as possibilidades do barro associado a outras técnicas artísticas ampliando possibilidades e comunicação através da cerâmica, visando a partilha desta nova pesquisa e conhecimento com os povos originários mais especificamente a Aldeia Rio Bonito | Tekoa Yakã Porã.
Sou artista educadora ambientalista e minha pesquisa é no âmbito da cerâmica indígena, e atuo diretamente em diálogo com a Cacica Kerexu do território Guarani-MBYA do litoral norte de São Paulo e estamos visualizando possibilidades de expressão artística para as parentes do território, visto que o barro deixou de ser prática assim que a anciã ceramista encantou e por questões de desterritorialização colonial não houve passagem dos saberes para as outras mulheres da aldeia, e nesse momento estudamos como retomar essa prática.
A partir de desenhos e grafismos indígenas Guarani-Mbyá e outras expressões artística, desenvolver as telas serigráficas e testá-las como meio de expressão no barro para inovar as técnicas, associando diversas práticas e possibilitando novas linguagens para a arte indígena contemporânea, alinhada ao respeito e garantia de direito ao modo de vida indígena guarani em territórios altamente ameaçados e em disputa.
